ILHÉU DE QUIMERAS
O campo é agora uma fogueira
Despida de lenha
são os calhaus as suas brasas
À sombra da última figueira
deito-me!
De olhos cerrados
a ilha renasce
envolta num manto verde
que só o mar azul infinito
faz fronteira
Pelas colinas e montes
a água esguicha das fontes
e cascatas sem fim des-
p
e
n-cam na ribeira,
onde um rio ser~pen~tei~a!
Ao cambar do sol no horizonte
o vento de leve sopra cantante
sobre o denso milheiral dançante
que embala suas pequenas bonecas
de cabeleira solta tal qual alforrecas
Oh! O perfume das flores
e a miríade de cores!?
Tudo se apaga, do nada!
Sob a luz do luar
a ilha se cobre com um manto prateado
Abro-os-olhos, e a fogueira ainda arde…
Socram d’Arievilo in “Ilhéu de Quimeras”
Imagem @César Garcia